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Pesquisa de egressas do Câmpus Suzano é escolhida na FEBRACE como melhor projeto do Estado de São Paulo

Publicado: Segunda, 06 de Abril de 2020, 09h27 | Última atualização em Segunda, 06 de Abril de 2020, 09h37

 

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 Oferecer uma alternativa barata, natural e eficaz para combater enfermidades a partir do uso das bacteriocinas presentes no kefir, produzido com o soro do leite de vaca, a partir de seu potencial antibiótico. O projeto desenvolvido com intuito de buscar alternativas viáveis para a chamada "Crise dos Antibióticos", foi apresentado pelas estudantes Samara Rossi de Barros Almeida  e Sophia Rossi de Barros Almeida na edição 2020 da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE) e foi considerado como o melhor  do Estado de São Paulo em todas as categorias.

Egressas do Curso Técnico em Química do Câmpus Suzano/IFSP, as estudantes foram orientadas pelas professoras Maria Raquel Manhani, Débora Higuchi e Fernanda Cristina P. F. Sales, na pesquisa entitulada "Crise dos antibióticos: bacteriocinas do soro de leite de vaca fermentado por grãos de kefir. Uma possível solução?". Premiadas na FEBRACE também na classificação geral (premiação do 1º ao 4º lugar), dentro da categoria Ciências Biológicas, as estudantes garantiram vaga para participar do evento científico INFOMATRIX BRASIL, previsto para acontecer ainda este ano em Santa Catarina.

 

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Aprovadas no último Enem para o Bacharelado em Ciência e Tecnologia da UFABC, as gêmeas Sophia e Samara Rossi participaram da 18ª edição da FEBRACE concorrendo com muitos trabalhos enviados de todo o país. A exposição contou com 345 projetos finalistas, desenvolvidos por 761 estudantes do ensino fundamental, médio e técnico de 295 escolas do Brasil. Os trabalhos foram avaliados ao vivo por pesquisadores à distância. A decisão de realizar a feira virtualmente foi tomada em função dos riscos advindos da pandemia causada pelo Covid-19. A premiação foi realizada pelo YouTube neste sábado, 04 de abril.

Para as estudantes, a possibilidade de atuar em pesquisa é algo engrandecedor. “O IFSP foi essencial para chegarmos tão longe! Viemos de escolas públicas e nunca tivemos contato com pesquisa, que desenvolveu não só o nosso pensamento crítico, mas a autonomia de buscar coisas novas, mais conhecimento. Tivemos a sorte de ter no câmpus Suzano bons professores nos apoiando, laboratórios e materiais para levar os estudos adiante”, explicam.

Apostando em Pesquisa

O interesse pelo assunto surgiu em 2018, durante as aulas da professora Fernanda Sales, quando eram alunas do curso Técnico em Química. “Ela nos estimulou a buscar os caminhos da pesquisa e encontramos no kefir uma possibilidade viável a ser explorada. Paralelamente a isso, estudávamos os fatores socioculturais e o uso indiscriminado de medicamentos, principalmente de antibióticos, para entender o caráter social dessa droga, a fim de se combater efetivamente a chamada crise dos antibióticos, que possui esses fatores como uma de suas principais causas. Então pensamos em unir as duas coisas. Fomos em busca de artigos científicos para embasar as nossas pesquisas e muitos testes foram realizados até chegar em algo satisfatório”, comentam.

Febrace8A pesquisa ainda em fase inicial pôde ser apresentada pelas estudantes durante Mostra Científica da Etec, em 2018, onde conquistaram o primeiro lugar na categoria em que estavam inscritas. Em outubro de 2019, levaram o trabalho para a cidade de Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, com o auxilio financeiro de bolsa de pesquisa do IFSP. “Conquistamos o segundo lugar na categoria Biologia Celular e Molecular e Microbiologia. Foi nesse evento que pensamos na terceira etapa da nossa pesquisa, após conhecer os experimentos e pesquisas dos colegas”, completam. No mesmo ano obtiveram o primeiro lugar na Mostra Científica e Cultural do Câmpus Suzano (MOCCIF) e garantiram a presença do projeto na FEBRACE.

De acordo com as pesquisadoras, a facilidade de acesso ao kefir e sua caracterizada composição como uma complexa e diversificada associação entre diversos tipos de bactérias e leveduras justifica sua utilização, pois trata-se de um material barato e pouco estudado em suas ações antimicrobianas.

Durante a pesquisa, o processo de fermentação foi feito por aproximadamente 48 horas com leite de vaca em pó reconstituído com água destilada estéril. Posteriormente, o fermentado foi centrifugado e o soro separado do restante. “Realizamos a precipitação frio das proteínas utilizando álcool etílico 99,5% e NaCl. As proteínas precipitadas foram coletadas e resuspendidas em solução salina e com essa nova solução realizamos dois testes principais: a eletroforese e a exposição das proteínas a organismos patogênicos”, explicam

febrace 4As análises apontaram ação antibiótica positiva após 48 horas de exposição dos patógenos às proteínas, de forma que no plaqueamento não houve o crescimento das bactérias expostas ao material. “Além disso, na eletroforese, visualizou-se a presença de peptídios com massa molecular abaixo de 10KDa, faixa de tamanho que indica a presença das bacteriocinas no material analisado”, concluem.

Uma das orientadoras da pesquisa, professora Maria Raquel, destaca que a metodologia empregada pode ser facilmente reprodutível em escala industrial, devido à simplicidade do processo fermentativo e dos reagentes empregados. “A associação das bacteriocinas com antibióticos inativos apresentou a capacidade de reativá-los, gerando recuperação de investimentos. Agora é buscar uma metodologia que possa ser usada em ambiente farmacêutico”, completa.

 

O que é o kefir

kefir de leiteBebida fermentada com baixo teor alcoólico produzida a partir da fermentação do leite (normalmente de vaca) por grãos de kefir, que apresentam aparência gelatinosa, massas irregulares e coloração branca ou levemente amarelada. O kefir é apontado como eficaz na melhoria da flora intestinal, auxilia a imunidade e melhora o trânsito intestinal, isso porque é constituindo por bactérias e leveduras probióticas, ou seja que promovem a saúde geral do organismo e pode atuar de forma benéfica na diminuição da prisão de ventre, no combate a inflamações intestinais, à osteoporose, gastrite e no fortalecimento do sistema imunológico.

Assista o video da premiação: https://youtu.be/4zGS4PeLA9M

Para conhecer o projeto acesse: https://febrace.org.br/virtual/2020/BIO/153/

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