Projeto do câmpus Suzano mapeia trilhas da região para uso em Educação Ambiental
Tiveram início na última semana as ações do projeto de extensão “Cambiri sempre Verde” do câmpus Suzano/IFSP que visa identificar o potencial de educação ambiental da área da Associação de Anemia Falciforme de São Paulo (AAFESP), situada em uma região de Mata Atlântica e área de manancial. Com o mapeamento da área, formada por trilhas, será possível sua utilização por alunos das escolas da região, além de contribuir para a conservação de uma área muito significativa para o Alto Tietê, atualmente em grande risco de ser eliminada.
Os professores Emerson Barão Rodrigues Soldado e Jairo José Matozinho Cubas, juntamente com Evaristo dos Santos Pinto, Diretor de políticas públicas da AAFESP, fizeram uma caminhada com fins de delimitação da área física da primeira trilha destinada à educação ambiental. Foi usado o programa Strava, com localizador de GPS registrando o percurso pelo Google Maps. Durante a caminhada também foram levantados alguns aspectos iniciais de flora e fauna da região.
Foram identificados dois pontos de destaque. O primeiro, a entrada da trilha até a nascente, que é uma trilha principal, com 250 metros de extensão e um ganho de elevação de, aproximadamente, 15 metros de altura. A trilha secundária é uma bifurcação da trilha da nascente. Do ponto de bifurcação, são aproximadamente 110 metros de extensão. Lá os participantes puderam observar a região de mata de um ponto mais alto, por isso o nome dado: Trilha do Mirante.
Além de caminhar diversas vezes pelas trilhas para obter a melhor gravação possível no aplicativo de GPS, a equipe realizou a demarcação da trilha e a limpeza de resíduos encontrados no curso da nascente.
De acordo com o professor Emerson Barão, com a formalização da área, esta poderá ser utilizada por todos alunos da região, inclusive os do câmpus Suzano. Paralelamente, os alunos do curso de licenciatura em Química, que estão cursando a disciplina Biologia para o ensino de Ciências I, estão desenvolvendo projetos na região. A ideia é que, como futuros professores, possam criar uma sequência didática para ensinarem Biologia, em campo. “Também está no cronograma levar alunos de uma escola de ensino fundamental das proximidades para serem as turmas experimentais do projeto. A efetiva utilização da comunidade dependerá de interesse e esforços governamentais, sobretudo orçamentários. Os docentes do Laboratório Integrado de Biologia podem oferecer apoio técnico e cientifico para a viabilização”, explica.
O projeto de extensão também conta com o apoio de duas bolsistas, que trabalharão na identificação visual da trilha, placas informativas, placas de identificação de vegetais e em campo quando necessário.
Barão explica que muitas etapas ainda estão por vir para que o estudo da viabilidade seja concluído e, espera-se, que desperte o interesse e mobilização das esferas governamentais. São necessários ainda o levantamento de fauna e flora, isolamento da região da nascente e limpeza, além da confecção de placas com identificação da trilha, com informação sobre vegetais e animais que habitam o local. “O projeto não tem verba de consumo ou material permanente. Os docentes já compraram armadilhas fotográficas para levantamento da fauna, que em breve serão instaladas. Quanto às placas, a ideia é criar um modelo para que alguma empresa ou comerciante tenha interesse em patrocinar e produzir.
Após essas etapas, a intenção é levar algumas turmas de escolas da região que já manifestaram interesse. As professoras e os alunos irão apontar os aspectos positivos e negativos da trilha. As melhorias possíveis serão executadas e um relatório com o estudo da viabilidade será entregue para o IFSP, a AAFESP, e autoridades que participaram das primeiras reuniões sobre o projeto”, conclui.
A área
A sede da AAFESP está situada na porção centro-sul do município de Ferraz de Vasconcelos, ocupando uma área de cerca de 53 mil metros quadrados. Ao leste estabelece importante corredor ecológico com o município de Suzano, na macrorregião conhecida como Sete Cruzes.
No local, a AAFESP possui uma sede com alojamento e sanitários e área para reuniões que poderia ser aproveitada para o fim de educação ambiental.
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