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Projeto do câmpus Suzano/IFSP quer promover consumo de frutas nativas da região

Publicado: Segunda, 10 de Junho de 2019, 10h44 | Acessos: 2278

cambucisDivulgar a produção e aumentar o consumo de frutas nativas da Mata Atlântica na região do Alto Tietê, incentivando os pequenos produtores, tem sido um dos objetivos do projeto de extensão de pesquisadores do câmpus Suzano/IFSP, que vêem na difusão do hábito de consumo dessas frutas uma boa fonte de renda para as famílias que trabalham com a agroindústria na região. O primeiro passo já foi dado com o projeto que está em andamento para obtenção da Indicação Geográfica do Cambuci, feita através da Agência de Inovação e Transferência de Tecnologia (INOVA IFSP), junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI. A iniciativa faz parte do projeto desenvolvido pelos professores Vanessa Aparecida Soares, Maria Raquel Manhani, Rodrigo de Oliveira Marcon e Sivanilza Machado.

Os esforços para a divulgação do potencial agroindustrial e medicinal do cambuci, por exemplo, não é recente. Produtores, organizações e prefeitura da região do Alto Tietê vem trabalhando na difusão do valor da fruta, no comércio em mercados e feiras. Com o projeto de Indicação Geográfica, apoiado pelo Instituto AUÁ e produtores da Rota do Cambuci, o objetivo é tornar o fruto nativo em um símbolo de identificação da região para a comunidade consumidora. “O registro significa reconhecer as características específicas que tornam o cambuci da Mata Atlântica paulista um produto diferenciado, marcado por sua origem geográfica. Assim, poderá ser conhecido por seu valor de origem e pelo fator humano, que envolve a produção e a comercialização das famílias que produzem”, completa Sivanilza Machado.

uvaiaAlém do cambuci, frutas como o uvaia (fruto amarelo na foto), araçá e juçara (na foto abaixo, mais conhecida como açaí paulista) são nativas da Mata Atlântica no estado de São Paulo e apresentam fatores muito favoráveis ao consumo e exploração no mercado, como épocas complementares de colheita, sabor marcante, aroma agradável, boa textura no seu processamento, e cor atraente para a produção de alimentos. “São frutas de sabor individualizado que podem ser encontradas desde Ubatuba até o Vale do Ribeira, representando uma matéria-prima excelente para a fabricação de doces, geléias, sucos, bolos e até para o consumo in natura, como é o caso do araçá”, explica Vanessa Soares.

Para mostrar o potencial das frutas nativas, as pesquisadoras criaram o Grupo de Pesquisa no CNPQ “Tecnologia de alimentos e reaproveitamento de resíduos agroindustriais” e apostam no Projeto de Extensão “Ecoculinária EcoTietê” e em Projetos de Iniciação Científica que visam a elaboração de novos produtos a partir destas frutas. No laborátorio de alimentos do câmpus Suzano as pesquisadoras experimentam formas de processamento das frutas, como geléia da juçara, suco do cambuci, farinhas, doces com adoçantes naturais e musses. “Estamos explorando maneiras de produção para incentivar o consumo dessas frutas, que podem auxiliar os produtores se forem bem divulgadas e com apoio para inserção no mercado, de forma sustentável, com exploração correta e sem prejuízo ao meio ambiente. O objetivo é desenvolver junto à população o gosto e o hábito de consumo frequente dessas frutas e também auxiliar no combate à situação de vulnerabilidade em que muitas famílias da região se encontram, uma vez que podem obter renda com a produção e comércio das frutas e seus derivados”, enfatiza a professora Maria Raquel Manhani.

juçaraAs professoras explicam que o tema é multidisciplinar e está sendo abordado de forma integrada também pelas áreas de ensino e pesquisa do câmpus Suzano. “É uma questão importante e que pode ser tratada em diferentes áreas e aspectos, por isso já temos projetos de TCC sendo feitos e outras ações que envolvem as diferentes áreas do câmpus Suzano, automação, gestão e química. Os produtos têm muito potencial e existe um mercado que precisa conhecê-los melhor e explorar sua produção de forma adequada”, completam.

Dados do Instituto AUÁ indicam que só em 2018 o órgão movimentou cerca de 90 toneladas de cambuci e outras 10 de frutas nativas, envolvendo pelo menos 100 produtores da região, 60 estabelecimentos comerciais, 20 lojas de comércio local, 7 indústrias e duas prefeituras da região.

 

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