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Câmpus Suzano poderá implementar curso técnico com base no sistema dual australiano

Publicado: Quinta, 08 de Agosto de 2019, 09h58 | Acessos: 1381

A Assessoria de Relações Internacionais (Arinter) do IFSP promove nesta semana, entre 6 e 8 de agosto, um workshop para discutir o projeto piloto de implantação do curso Técnico em Automação Industrial nos Câmpus Bragança Paulista e Suzano, com base no Modelo Dual Australiano.

O sistema australiano de formação profissional TVET (Technical and Vocational Education and Training) opera como uma mola propulsora para o crescimento econômico e produtivo do país, uma vez que fornece aos estudantes habilidades e qualificações necessárias para inseri-los no mercado de trabalho. Essa aproximação entre mundo acadêmico e indústria permite que o setor produtivo se mantenha competitivo em um ambiente internacional. 

Reitor Eduardo Modena durante abertura do workshop

Cynthia Fischer, assessora da Arinter, explica que o sistema oferece uma formação muito mais alinhada às demandas atuais do mercado de trabalho. Além de ter a vivência nas empresas desde o início do curso, trabalhando com problemas reais, ao se formarem, os alunos estão mais preparados para assimilar as novas informações que começam a receber enquanto profissionais. Outro ponto importante do sistema australiano é a constante revisão e atualização dos projetos pedagógicos dos cursos.

No IFSP, a metodologia de ensino será oferecida a partir do primeiro semestre de 2021, inicialmente em quatro turmas de curso Técnico em Automação Industrial na modalidade concomitante/subsequente ao ensino médio nos Câmpus Bragança Paulista e Suzano, os quais já possuem experiência na metodologia de ensino que aproxima alunos e indústria. Em Suzano, teve início, no segundo semestre de 2018, um curso Técnico em Automação Industrial focado em atender às expectativas e necessidades das empresas e da sociedade, contribuindo para a inserção no mundo do trabalho e a atuação cidadã dos profissionais. Com o mesmo objetivo, o Câmpus Bragança realiza, desde 2016, o Programa Conexão Indústria, que já tem gerado frutos significativos.

Segundo Cynthia, a escolha dos câmpus deve-se também à disponibilidade dos diretores em aceitar o desafio e à proximidade com a reitoria, uma vez que periodicamente os câmpus receberão servidores do IFSP e também de um instituto técnico-tecnológico australiano (Tafe – Technical and Further Education) parceiro que será selecionado para acompanhar o desenvolvimento das atividades.

Durante a abertura do workshop, na manhã do dia 6, o reitor Eduardo Antonio Modena falou sobre os acordos entre o IFSP e instituições de ensino internacionais, a indissociabilidade entre Pesquisa, Ensino e Extensão, e o grande número de iniciativas recentes relacionadas à aproximação entre a Instituição e o Arranjo Produtivo Local (APL) em várias cidades paulistas por meio da Agência de Inovação (Inova) do IFSP. “Em pouco tempo estamos tendo muitos avanços com projeções bastante positivas. Que essa iniciativa seja mais uma iniciativa exitosa”, apontou.

Cynthia Fischer e Mathew Johnston durante o evento

Cynthia Fischer destacou que a produção de conhecimento evolui rapidamente, tanto na academia quanto na indústria e hoje a educação técnica e tecnológica brasileira se encontra distante da realidade demandada pelo mercado. “Os estudantes precisam conhecer essas novas habilidades exigidas, as quais não faziam parte da formação acadêmica, mas são muito necessárias para a o trabalho dos profissionais que acabam de se formar”, pontua.

Mathew Johnston, conselheiro de Educação & Pesquisa da Embaixada Australiana no Brasil, destacou a importância de se diminuir a distância entre o que os estudantes aprendem e como são demandados no trabalho. Mathew informou que essa é a primeira parceria desse tipo entre a embaixada e uma instituição de ensino brasileira, apesar de já haver acordos anteriores estabelecidos entre o órgão e o MEC. “Temos experiência nessa área, a metodologia proposta pode ajudar muito o Brasil economicamente, tecnologicamente, em tudo. Esse propósito é muito alinhado à proposta dos institutos federais”, observa. “Não tínhamos desculpa para não trabalhar com profissionais preparados na principal cidade do Brasil”, brinca. 

 Etapas

Para que seja viável sua implementação, a ação contará com o empenho da Arinter, da Embaixada Australiana, dos Câmpus Suzano e Bragança Paulista e também da Agência de Inovação (Inova) do IFSP. Mas a execução do curso exigirá a mobilização de diversos setores. São esperados como parceiros, além da Setec/MEC e da Embaixada da Austrália, as Secretarias de Desenvolvimento Econômico e de Educação de São Paulo, prefeituras municipais,  câmaras de comércio, empresas da área, associações de empresas e arranjos produtivos locais. 

A realização do workshop é a primeira etapa da proposta de projeto encaminhada ao Ministério da Educação (MEC) entre o Departamento de Educação da Austrália e o MEC para o plano de trabalho entre o IFSP e a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do MEC e o Tafe (Technical and Further Education).

Ainda em 2019, será iniciada a elaboração do projeto pedagógico do curso (PPC), e em 2020, os procedimentos legais para a abertura das turmas, em 2021. O objetivo, avalia Cynthia Fischer, é que após os ajustes no PPC – que serão realizados semestralmente –, os cursos já sejam oferecidos a outros câmpus do IFSP e institutos federais de outros estados brasileiros, além disso, deve ser oferecido um novo curso de outro eixo tecnológico já em 2022. “É um projeto ambicioso, queremos inovar e ampliar a educação técnica e tecnológica no País”, avalia a assessora.

Workshop – O workshop contou também com a participação de Cristina Elsner, especialista em Educação da Embaixada Australiana, dos diretores-gerais dos Câmpus Bragança Paulista, João Roberto Moro, e Suzano, Breno Teixeira Santos, de docentes que desenvolvem os projetos piloto nos dois câmpus, e de um visitante do Instituto Federal da Bahia. A programação do evento se estende até quinta-feira.

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