Pesquisadores do IFSP desenvolvem radar de microondas
Uma equipe de pesquisadores do IFSP, juntamente com o professor João Francisco Justo, da Escola Politécnica da USP, está trabalhando no desenvolvimento de um protótipo de baixo custo e portátil, para análise pulmonar por imagens de micro-ondas de campo próximo. O objetivo é que o dispositivo possa ser utilizado para aumentar o conjunto de ferramentas de diagnóstico rápido de pacientes com Covid-19, sobretudo em hospitais de campanha. O protótipo é parte do projeto de pesquisa intitulado “Sistema de pré-diagnóstico de pneumonia aguda por Covid-19 através de imagens por micro-ondas com a Antena Vivaldi Palm Tree”.
Fazem parte da equipe de pesquisadores do Instituto, nesse projeto, os professores Alexandre Maniçoba de Oliveira, Antonio Mendes de Oliveira, Breno Teixeira dos Santos e Arnaldo de Carvalho, todos membros do LabMax-IFSP. O projeto conta ainda com a pesquisadora N. Nurhayati, da Universidade de Negeri Surabaya, na Indonésia.
De acordo com o professor Alexandre Maniçoba, o projeto é baseado no legado das pesquisas sobre o “Sistema de Rastreamento de Câncer Cerebral Infantil através de imagens por micro-ondas com a Antena Vivaldi Palm Tree de alta resolução para diagnóstico precoce”, que vem sendo desenvolvido pelos pesquisadores do Laboratório Maxwell e do Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos – PSI da Escola Politécnica da USP – desde o início de 2016.
Segundo Alexandre, a antena é o principal elemento de um sistema de radar por micro-ondas. “Ela é responsável por garantir que haja a maior transferência de energia eletromagnética entre o sistema de telemetria e o meio em análise, com isso, deve ser ultra diretiva”, contou. Ele afirmou que a antena Palm Tree, projetada pelo LabMax, é hoje reconhecida internacionalmente como uma referência em ultra diretividade, tanto pelos indexadores de pesquisas como por empresas de micro-ondas.
Protótipo em desenvolvimento no LabMax
De acordo com o pesquisador, o projeto está na fase de desenvolvimento do modelo físico de um pulmão impresso com impressora 3D. “Cada sistema está sendo submetido a testes, por exemplo, diversas configurações da antena Vivaldi Palm Tree estão sendo testadas, bem como seis diferentes algoritmos de processamento de imagens por micro-ondas também estão sob testes e validação”, contou. Alexandre disse ainda que o grupo está buscando captar recursos, por meio de órgãos de fomento à pesquisa, para a aquisição de equipamentos de micro-ondas de testes e validação, bem como para o licenciamento de programas de simulação numérica e componentes de origem internacional para conseguir realizar os testes e finalizar o protótipo.
A próxima fase do projeto será a realização da integração de todo o sistema em um dispositivo portátil e de baixo custo, que será posteriormente enviado para a avaliação das autoridades de saúde que poderão autorizar a produção do equipamento. O custo estimado por unidade do radar, segundo Alexandre, deve ser algo próximo a R$ 500. “Como estamos arcando totalmente com os custos do projeto, eles não impactarão diretamente no custo de cada equipamento. Esse custo será relacionado ao custo dos dispositivos utilizados e a quantidade a ser produzida (quanto maior a quantidade, menor o custo do equipamento final)”, contou.
Caso o dispositivo seja aprovado pelas autoridades de saúde, as principais vantagens do seu uso são: portabilidade (não requer uma instalação elétrica especial para sua operação, como um tomógrafo, e pode operar com baterias); baixo custo, podendo ser adquirido em farmácias e lojas especializadas de varejo, como acontece com medidores de glicemia e de pressão arterial, por exemplo. “Poderá ser um equipamento padrão em postos de saúde e ambulâncias e é um conceito de arquitetura aberta, podendo dar origem a dispositivos mais avançados em benefício da humanidade”, afirmou o professor Alexandre.
Projeto de conscientização
Além das pesquisas para desenvolvimento de protótipos como o radar de micro-ondas e o respirador, o Laboratório Maxwell do IFSP também desenvolve uma campanha que busca conscientizar a sociedade em relação ao combate e prevenção da Covid-19. Quem está a frente da campanha é Karen Cristina Mendonça dos Santos, aluna do curso superior de Tecnologia em Automação Industrial do Câmpus Cubatão e bolsista de Iniciação Científica no LabMax.
A campanha utiliza um mascote, o Little Max, que aparece em tirinhas explicando como surgiu a Covid-19 e mostrando as formas de se proteger do coronavírus. As tirinhas são divulgadas em grupos de whatsapp e nas redes sociais do LabMax.
De acordo Karen, o Little Max foi criado no ano passado para uma campanha de divulgação contra o câncer cerebral infantil. “Ele surgiu para fazer contato com as crianças de forma mais humanizada e didática, como uma forma lúdica de orientar e conscientizar as pessoas sobre importância do câncer cerebral infantil”. Segundo a pesquisadora, as duas campanhas tem sido bem aceitas pela comunidade.
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