Jornal O PasquIF chega à quinta edição com maior participação da comunidade acadêmica
A comunidade acadêmica do câmpus Suzano já pode conferir a quinta edição do jornal O Pasquif, publicação desenvolvida através do projeto de Ensino coordenado pelos professores Michele Costa e Lucio Serrano, e produzido com a importante participação de estudantes, professores e servidores técnico-administrativos do Câmpus Suzano.
A proposta do projeto surgiu em 2018 com a abertura do edital para projetos de ensino a serem desenvolvidos em 2019 e buscava “promover um trabalho que envolvesse os estudantes, os professores e os servidores de distintos setores do câmpus e favorecesse a integração entre todos nós. A ideia foi criar um canal diferenciado de comunicação, gerido por um grupo de alunos de maneira criativa e com um trabalho de autoria. Os principais objetivos do projeto eram, por um lado, incentivar a leitura e a produção de textos de diferentes gêneros e, por outro, ampliar a circulação de conteúdos selecionados por nossa comunidade escolar”, explica Michele.
O periódico está recebendo contribuições para a próxima edição. Os interessados podem enviar seus trabalhos para projetojornal.ifsp@gmail.com ou aos cuidados do professor Lucio em: luciocesar@ifsp.edu.br. Visite também o Instagram: https://www.instagram.com/p/CGhPoCxldhh/?igshid=122v5of0t40w1
Confira abaixo a entrevista concedida pelo professor Lucio Serrano à comunicação do câmpus.
Pergunta: Como está sendo o envolvimento da comunidade acadêmica no projeto?
Prof. Lucio: Me identifiquei com o projeto e acabei trocando de papel com a professora Michele na coordenação dos trabalhos em 2020. A organização consiste em reuniões semanais para acompanhar o desenvolvimento das atividades que os alunos se propõem a fazer. Alguns professores auxiliam de maneira fundamental nas organizações de algumas colunas: a Ivana na coluna de artes; a Cleide e a Marcela na coluna das Mulheres na Ciência; o André na coluna sobre o corpo; a Wanessa na coluna sobre matemática; a Fernanda na coluna sobre filosofia e Raquel quando solicitada pelos alunos. Além deles a Michele nos auxilia nas revisões dos textos. A partir da próxima edição teremos a presença do professor Luciano Thomé que assumirá uma parte da publicação, um quadrinho fixo, além de algumas contribuições pontuais por edição. Além disso, temos alguns professores e servidores que contribuem escrevendo também. Eu tenho uma coluna fixa, onde posso me posicionar e refletir sobre coisas do mundo (o que parece ter virado um crime na nossa sociedade). A Letícia, nutricionista do câmpus, contribui com a sua coluna sobre alimentação e ainda estamos abertos a contribuições!
Pergunta: Como está a participação dos alunos?
Prof. Lucio: A Equipe Editorial (como chamo os alunos que estão diretamente envolvidos, até para entrar na brincadeira da estrutura do jornal) é um espetáculo! Eles têm me ensinado muito sobre organização no trabalho em equipe. A Bruna Letícia é a responsável pela apresentação da edição, além de sempre contribuir com alguma produção escrita do jornal em cada edição. O Pedro Murilo contribui bastante com ideias e fica responsável pela coluna de divulgação científica, às vezes ele produz, às vezes promove intercâmbio com outras instituições por meio da sua rede de relacionamentos, criada através da sua atuação em outro projeto do câmpus, o CAFE. O Fernando tem uma veia cômica que ajuda na leveza do trabalho, ao mesmo tempo, escrever para o jornal o obriga a pensar mais sobre suas piadas e sua produção. A Camily e o Cleber são duas jóias que apareceram já no primeiro ano e mesmo com pouquíssimo tempo de contato presencial quiseram conhecer o projeto. A Camily tem um senso de responsabilidade e conhecimento de línguas que a fizeram assumir as colunas que antes eram das professoras Maria Claudia e Michele, sobre dicas de estudos de inglês e espanhol. Também é responsável pelas publicações do instagram do jornal, além de revisões dos textos recebidos e outras atividades de organização do trabalho. Já o Cléber tem um gosto nato pela leitura e faz disso seu mote central no jornal, organizando as publicações de textos literários dos alunos do câmpus, escrevendo de forma livre (como prefere falar) sobre as leituras que faz, além de participar da revisão também. A publicidade que o PasquIF tem ganhado está atraindo, já, novos membros, como o Luan Ramos que, assim como Cléber tem interesse em literatura, e a sua contribuição começará a partir da edição nº 5.
Pergunta: O jornal chegou a sua 5ª edição. Como você vê a evolução do períódico?
Prof. Lucio: Todo o começo de trabalho é difícil por estarmos estruturando. Eu e a professora Michele, no ano de 2019, conversamos bastante sobre o andamento dos trabalhos, o que poderíamos melhorar, o que estava difícil. Conseguimos fazer uma edição por trimestre, aproximadamente. Tínhamos dois alunos diretamente envolvidos desde o início e a Bruna, que continuou, como entusiasta. Em 2020 retomamos as atividades com o retorno das aulas EAD, ou seja, em setembro. O que percebi de evolução foi em relação ao modo de trabalho, a equipe desse ano é maior e por conta disso, como descrita anteriormente, é bastante eclética e comprometida, penso também que a organização foi beneficiada pelo formato das aulas em EAD, se o EAD foi mais positivo para alguma coisa, essa coisa, certamente, foi para a organização do Jornal. O Kelvin, por exemplo, que era um dos bolsistas no ano passado, continua contribuindo de alguma forma com o jornal, auxiliando a Bruna na edição às vezes, escrevendo sátiras e isso mesmo sendo um egresso. O jornal começa a ganhar visibilidade e com isso maior participação de interessados, o que enriquece ainda mais a produção. Começamos um intercâmbio com pessoas de fora do Câmpus. Na quarta edição tivemos a participação de uma aluna do IFT, de um professor do IFSP Câmpus São Paulo e de um professor de física, o Raphael, que é da rede estadual de ensino. Tudo isso, penso, enriquece muito nossa produção coletiva.
Pergunta: Qual a importância da participação discente neste tipo de produção informativa?
Prof. Lucio: Fundamental. Os alunos têm um universo muito diferente do nosso. No caso dos nossos alunos, em específico, penso que permite uma condição única, de formação e divulgação do conhecimento. Uma coisa é ouvir e ler um adulto chato como eu falando sobre as coisas do mundo, na minha visão de mundo e com as minhas referências, outra é ouvir e ler os adolescentes falando sobre as mesmas coisas, com as referências deles. Penso que é mais dinâmico e pode ser sensível a uma camada da população que temos muita dificuldade de acessar. Claro que o jornal do Campus, não se propõe a ser uma mídia de massas, mas em tempo de tecnologia da informação, nunca sabemos os mundos que nossas ideias podem alcançar, e mais importante, estamos ajudando com esse projeto a fazer os alunos e pessoas que contribuem com a produção a tomar gosto por ter voz, e isso acho que é o mais importante de projetos como esse ou como a Web Rádio Instituto Federal, por exemplo. No caso do PasquIF, os alunos tanto participam da produção, quanto da decisão sobre as pautas. Um ponto que acho fundamental, pensando em se tratar de um projeto de ensino, é que não há cobranças nem ameaças para que os envolvidos participem ou entreguem o produto que se dispuseram a entregar e, no entanto, eles fazem o trabalho com todo o esmero, como se cada texto valesse ainda um 10. Esse espírito de curiosidade desenvolvido pelos envolvidos e esse capricho com um trabalho livre, me faz ter a certeza que a educação não precisa ser um trabalho maçante e obrigatório (como muitas vezes são as minhas próprias aulas), poderia, com a estrutura certa, ser um DIREITO prazeroso, porque não há nada mais prazeroso e empoderador que o conhecimento.
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