Radar IFSP: Dia do Profissional da Educação e Dia do Estudante
Confira depoimentos da comunidade sobre o que representa ser profissional e estudante do IFSP .
No mês em que se comemora o Dia do Profissional da Educação (6 de agosto) e o Dia do Estudante (11 de agosto), o IFSP exalta a importância de cada um deles para a sua existência. Essas figuras estão no cerne da missão e das realizações da Instituição, que compreende que o fazer diário de um está diretamente ligado ao futuro do outro.
No IFSP, são muitos os profissionais que trabalham para que a educação se concretize: funcionários terceirizados, servidores técnico-administrativos e docentes. Todos se empenham para o sucesso do trajeto acadêmico de cada estudante. Esperamos que toda a comunidade interna do IFSP se sinta representada com os depoimentos de alguns dos membros dessa família.
Antonio Felicio Filho, professor e coordenador do curso de Técnico em Informática Integrado ao Ensino Médio do Câmpus Barretos, conta que, para ele, essa relação entre profissional da educação e estudantes vai além do trabalho: a comunidade acadêmica é como uma grande família cujas relações estão baseadas na troca de saberes e também na afetividade.
Segundo o professor, seus alunos são como se fossem filhos. “Minha relação com eles é de extrema parceria, não apenas no conhecimento técnico, já que sou da área de TIC, mas de conhecimento da vida”, afirma.
Como profissional da educação, Antonio considera que o atual momento tem sido extremamente desafiador. O maior desafio, de acordo com ele, é manter os alunos estudando em meio às diversas dificuldades que já existiam e que foram agravadas pelo contexto pandêmico, como problemas de saúde, financeiros etc.
Apesar dos empecilhos e dificuldades, o professor relata que ele e seus alunos procuram trazer a alegria das aulas presenciais, das visitas técnicas, das risadas na cantina, para o contexto do ensino remoto, e fazem isso “colocando músicas, trocando ideias sobre diversos assuntos, além do conteúdo das aulas, com a preocupação de manter a essência humana na aula remota, não sendo algo robotizado”, contou.
Roseli Gomes da Costa, a Rose, é funcionária terceirizada do Câmpus Birigui há oito anos. Ela conta que ser profissional da educação é uma alegria, pois ela gosta muito da convivência com os alunos e de poder contribuir para que o ambiente da escola esteja sempre limpo e acolhedor.
Segundo Rose, a saudade dos estudantes está grande, o vazio e o silêncio do câmpus é de entristecer, mas ela segue fazendo o seu trabalho, mantendo tudo limpo e organizado, enquanto espera que as coisas melhorem e as aulas possam ser retomadas com segurança. “Não vejo a hora de ver o pátio cheio de novo e eles chamando a gente: tia, pra lá, tia pra cá... se Deus quiser, não vai demorar muito.”
E se os profissionais da educação estão com saudades do contato das aulas presenciais, os estudantes, que têm no IFSP a sua segunda casa, estão ainda mais. Clara Beatriz Ambrósio da Silva, aluna do 3º ano do curso Técnico Integrado em Mecânica do Câmpus Bragança Paulista, está no time daqueles que passavam o dia inteiro no Instituto.
Clara (no canto superior esquerdo) no material de divulgação do seu trabalho de pesquisa
Membro do Grêmio Estudantil, representante de sala, monitora da disciplina de geografia, ela ainda participa de projetos de extensão e de pesquisa. Mesmo no contexto de pandemia, ela continua firme em todas essas atividades, embora, segundo ela, seja muito mais difícil e desafiador.
“Um dos meus maiores desafios é conseguir focar nas aulas o tempo todo. Nunca passei tanto tempo em frente a um computador, é bastante cansativo, sempre tem algo que faz com que eu me desconcentre da aula, mas agradeço por ter a oportunidade que muitos alunos gostariam de ter, que é a de estudar em uma escola que cuida dos alunos e é de excelência”, contou.
Em 2020 Clara fez parte de um projeto de iniciação científica que foi premiado na Bragantec, o Konstancy. O projeto se baseia no desenvolvimento de uma pulseira vibratória que busca auxiliar a vida das pessoas que sofrem com o Mal de Parkinson.
Para Clara, ser estudante no IFSP é um privilégio, principalmente por poder contar com professores altamente qualificados e por ter contato com a pesquisa científica desde cedo. Ela conta que pretende seguir a carreira de neurocirurgiã. “Estou estudando diariamente para poder cursar medicina no ano que vem, e com certeza as aulas do Instituto têm me auxiliado a chegar cada dia mais perto dos meus sonhos”, afirmou.
Aos 19 anos, Beatriz Santos Silva teve de fazer uma decisão importante: mudou-se sozinha para a cidade de Capivari para realizar seu sonho de ingressar numa faculdade pública. Hoje, no 5º semestre de Tecnologia em Processos Químicos no Câmpus Capivari, ela foca no futuro de pesquisadora.
Beatriz, à esquerda, durante evento científico
A aluna conta que seus pais não tiveram a oportunidade de estudar, mas sempre a incentivaram a correr atrás de estudo público, pois não poderiam arcar com as despesas do ensino particular. O IFSP, para Beatriz, é a possibilidade de escolher seu futuro. “O Instituto Federal viabiliza meus estudos. Desde quando entrei desenvolvo Iniciação Científica. Com essa bolsa e com os auxílios que recebo, consigo pagar minhas despesas de moradia, transporte e alimentação, e posso me manter aqui na cidade estudando”, relata.
A bolsa de IC se transformou em bolsa Fapesp. A pesquisa está no futuro da estudante, que quer seguir a área acadêmica. “Quando ingressei, eu não tinha base nenhuma. Tudo o que sei aprendi no laboratório praticando. Eu passo o dia no laboratório, inclusive nesse período de aulas remotas. Quando o pessoal da limpeza não está aqui, eu me encarrego de limpar o espaço.”
Além de pesquisadora, Beatriz é membra do Conselho do Câmpus (Concam) e realiza cursos de extensão. "Até minha família fala que só falta eu trazer meu colchão para cá. Eu considero o Instituto minha segunda casa, é onde passo mais tempo e foi aqui onde conquistei minha independência, com muito esforço e dedicação", finaliza.
Gabriela Gallicchio é coordenadora da Secretaria dos cursos de Graduação do Câmpus São Paulo, onde trabalha desde quando ingressou no IFSP, em 2013. O contato com os alunos no setor é diário, apesar de muito rápido. A servidora relata que as datas mais marcantes no atendimento são no início da vida acadêmica, quando os alunos realizam a matrícula, e no fim do curso, quando buscam os documentos de conclusão, como o diploma. “Temos a oportunidade de saber um pouco sobre a vida deles. Os pais costumam acompanhar orgulhosos essas etapas, vibram com o ingresso do filho numa instituição pública e de qualidade; os amigos também acompanham, fazem fotos e vídeos desses momentos.”
Cerca de 500 alunos ingressam a cada semestre apenas nos cursos superiores no câmpus, o que impossibilita que Gabriela se lembre de todos, mas sempre há aqueles que voltam para conversar e se tornam mais próximos. “Dia desses um aluno me trouxe um bombom como agradecimento na hora de retirar um documento. De outra aluna, acompanhamos duas gestações e conhecemos seus bebês. Outros fazem mais de uma graduação aqui, aumentando nosso tempo de convivência”, revela.
Nesses momentos, Gabriela sente o prestígio dos alunos, os quais reconhecem a importância dos servidores técnico-administrativos no processo educacional. “É quando os demais profissionais da educação, além dos docentes, aparecem. Eles entendem que muitos profissionais estão envolvidos para que a educação aconteça”, aponta.
Se por um lado a necessidade de distanciamento social gerada pela pandemia tornou a comunicação entre a secretaria e os alunos mais desafiadora, Gabriela se viu, de repente, dentro da casa dos alunos. Isso porque a servidora tornou-se, nesse período, a mestre de cerimônia das colações de grau virtuais dos cursos superiores. “Eu entro na casa deles, eles entram na minha casa. Acompanho a emoção e a vibração dos familiares e amigos por vídeo e também pelo chat do YouTube, por onde a cerimônia é transmitida. Lá estão amigos pessoais, amigos e servidores do Instituto Federal comemorando essa conquista. Por mais desgastante que seja a sobrecarga do trabalho, especialmente na situação em que nos encontramos, é uma boa sensação, de missão cumprida!”
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